Psicoterapeuta explica o perfil do golpista e como identificar a vulnerabilidade de possíveis vítimas
As pessoas estão cada vez mais conectadas e dependentes dos smartphones, consequentemente, baixam aplicativos para controlar a agenda, atividade física, compras, entretenimento e também relacionamentos.
O conforto e a agilidade dessas tecnologias fazem com que muitas pessoas acabem optando em investir nos aplicativos de relacionamento para quem sabe encontrar um novo companheiro ou companheira.
Segundo a psicoterapeuta Adriana Weitzel, o relacionamento por aplicativos e redes sociais veio para ficar, é uma nova forma de se relacionar, por isso, a paquera olho no olho não vai diminuir, simplesmente é a forma de paquerar que está mudando.“Antigamente, os nossos avós namoravam nas praças, mandavam cartas, depois vieram os e-mails, telefonemas, salas de bate-papo e agora temos os aplicativos de relacionamento que facilitam a vida. Então, a pessoa pode filtrar o perfil que ela quer por região e interesses em comum, por exemplo”, explica Adriana.
Mesmo com tantos benefícios e facilidades que os aplicativos proporcionam, alguns cuidados são extremamente importantes, pois golpistas estão inundando os apps de namoro. “O golpista vai aparentar ter um perfil atraente, boas fotos, ele vai demonstrar ter segurança financeira e poder (mesmo que não tenha), vai passar ser alguém interessante, inclusive ter conhecimento cultural”, alerta.
A psicoterapeuta explica que depois da pessoa ter o primeiro contato com a vítima, ele vai procurar gerar muita conexão, vai se fazer presente, ouvir as dores dela, prestar atenção no que ela gosta, procurar fazer surpresas, gentilezas inesperadas, vai fazer com que a pessoa se sinta muito especial, como talvez ela nunca se sentiu na vida.
Depois de agradar muito e conquistar a pessoa, o próximo passo pode ser a diminuição do contato, dar aquela “sumidinha”, para que assim possa ser gerado o gatilho da ausência. Isso pode ser impactante, despertando vários estados emocionais negativos, deixando a vítima mais vulnerável ainda. A partir desse ponto, a pessoa começa a ir atrás dele e fica vulnerável ao golpe, geralmente financeiro.
Adriana pontua os principais sinais que indicam a vulnerabilidade para cair em um golpe:
– Carência;
– Falta de uma rede de apoio, de não ter família presente;
– Sentimentos de solidão e baixa auto-estima.
Tudo isso deixa a pessoa mais vulnerável a cair em um golpe ou em relacionamentos tóxicos e abusivos, dentro ou fora da internet. A melhor forma de se blindar emocionalmente é conseguir ter uma rede de apoio, trabalhar a carência, a solidão, para que possa se enxergar com valor e se blindar para não se entregar tanto quando estiver conhecendo uma pessoa. Além disso, quando for combinar um encontro, é importante estar em um local público e também compartilhar a localização com um amigo, alguém de confiança.
A autoconfiança é um processo, que deve ser trabalhado com um profissional de confiança para a pessoa olhar para as suas questões e se descobrir, acreditar em suas próprias capacidades.