Pastilhas e sprays de garganta podem “mascarar” doenças graves

Especialista do Hospital Paulista orienta sobre o uso responsável de remédios para aliviar o incômodo dos sintomas

As frequentes alterações climáticas ocorridas nas últimas semanas têm impactado a saúde da garganta de muitas pessoas. Seja pela mudança com elevação ou queda brusca de temperaturas, seja por desidratação ou excesso de exposição ao ar-condicionado, o problema pode ir de um simples incômodo até uma doença mais séria.

Nesse sentido, é comum recorrer às prateleiras das farmácias, onde uma variedade de sprays e pastilhas prometem aliviar o desconforto de forma rápida e eficaz.

Mas será que tais medicamentos são seguros? Há uma maneira correta para usá-los? Para entender melhor essas e outras questões, o otorrinolaringologista do Hospital Paulista Dr. Gilberto Pizarro fala sobre o tema e traz orientações sobre os cuidados que as pessoas devem ter em relação aos produtos encontrados nas farmácias.

O especialista destaca que cada uma das opções disponíveis no mercado possui diferentes formulações e princípios ativos destinados a aliviar a dor e promover a recuperação.

Cuidados ao usar sprays e pastilhas

Dr. Pizarro ressalta que sprays e pastilhas podem oferecer alívio temporário e sintomático, mas é crucial usar esses produtos com responsabilidade.

Algumas recomendações incluem:

– Ler as instruções na bula: antes de utilizar qualquer medicamento, é fundamental ler as instruções fornecidas na embalagem. Entender a posologia e as contraindicações é essencial para um uso seguro.

– Evitar o uso excessivo: de acordo com o especialista, ao utilizar continuamente e com frequência medicamentos, como sprays e pastilhas para dor de garganta, além do risco de dependência e efeitos colaterais indesejados, a pessoa pode acabar mascarando uma doença importante e que necessita de investigação. “Esse tipo de remédio deve ser usado apenas para aliviar sintomas que perdurem por dois ou três dias. Mais do que isso, pode indicar a presença de um problema mais sério que não se resolverá sem intervenção médica”, complementa.

– Ter atenção às contraindicações: pacientes com condições médicas específicas, como alergias a determinados componentes, devem prestar atenção às contraindicações dos medicamentos. “Em caso de dúvida, deve-se sempre procurar um profissional de saúde”, alerta o otorrinolaringologista.

– Hidratar-se adequadamente: o especialista reforça a importância de manter-se hidratado, sobretudo quando há um quadro infeccioso. “Além do uso de medicamentos, beber líquidos quentes e manter uma boa hidratação auxiliam no processo de recuperação.”

A importância da avaliação médica

Dr. Pizarro enfatiza que, embora esses medicamentos possam proporcionar alívio temporário, é fundamental buscar a orientação de um profissional de saúde para um diagnóstico adequado. A automedicação, especialmente em casos recorrentes, pode esconder ou até agravar sintomas de problemas mais sérios. “O tratamento da dor de garganta deve ser personalizado, considerando a causa e o histórico do paciente. Um otorrinolaringologista pode identificar a origem da dor e orientar sobre o tratamento mais adequado”, afirma o médico.

Ao enfrentar sintomas persistentes ou em caso de qualquer dúvida sobre o uso de medicamentos para dor de garganta, a consulta a um profissional de saúde é sempre a melhor abordagem para garantir uma recuperação segura e eficaz.

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