Sonia Reinol

Séries e filmes: conscientização e inclusão pela arte

Sonia Reinol, atriz carioca, 61 anos.

Quando o entretenimento dá luz e representatividade a temas que inspiram pessoas pelo mundo.

Embora filmes e séries sejam produzidos com foco no entretenimento, a arte consegue através de suas histórias, sejam de ficção ou reais, ter um importante papel de conscientizar e representar uma parcela da sociedade que costuma muitas vezes estar longe dos holofotes. Hoje, podemos encontrar obras que abordam temas relacionados a identidade de gênero, raça, autismo, Síndrome de Down, por exemplo. De maneira consciente e inclusiva, conseguem levar uma perspectiva diferente dos personagens, mostrando obstáculos diários através de sua ótica, para muitas pessoas.

A inclusão e conscientização que acontecem nas telonas, não precisa ficar por ali, ela pode sobrepor a quarta parede e incentivar pessoas a se tornarem protagonistas de histórias reais, como é o caso de Sonia Reinol, que, por uma reviravolta da vida, consegue diariamente superar os desafios de se conviver com a afasia para brilhar nos palcos e no cinema. “Tive um mal súbito e fiquei 14 dias em coma. Quando acordei me deparei com esse transtorno de linguagem que compromete toda minha comunicação. Tive que fazer várias sessões com a fonoaudióloga e aprender tudo do zero. O seu corpo está lá, você está bem e sorrindo, mas não consegue falar com as pessoas e isso é muito doloroso. Eu fiz e faço de tudo para melhorar a cada dia.”, afirma a atriz.

É exatamente nesse ponto que a arte tem o “papel” de, não apenas conscientizar o público sobre as adversidades vivenciadas por uma parcela da sociedade, mas também oferecer um lugar de fala. “Um dia vi um anúncio falando sobre escola de teatro e simplesmente pensei que ali estaria parte complementar para o meu tratamento. Comecei a estudar todos os sábados por 4 horas” completa Sonia.  Mesmo com alguns obstáculos em decorrência do transtorne de linguagem, com muito esforço ela conseguiu dar vida a Madame Clessi, desta forma, ressignificou seu processo de cura, começando assim uma nova profissão.

A arte imita a vida ou a vida imita a arte? Tudo depende do ponto de vista. Para Sônia, atuar é também uma forma de fazer arte e contar sua experiência de vida.  No filme “ANOA – A Nova Onda Apocalipse”, filme dirigido por Marcus Dartagãn, a atriz interpreta Judith, uma avó afásica que cuida de seus dois netos, Anita (Duda Menezes) e Guto (Leo Braga). Juntos vivem muitos dramas em busca da salvação em meio a escassez de recursos e uma pandemia em um mundo tecnocrata.

Com esse longa, Sônia busca apresentar através de seu personagem alguns dos obstáculos que um afásico enfrenta diariamente, fazendo com que nesse caso, a arte represente a vida de tantas pessoas que convivem com esse transtorno de linguagem

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