Neurologista fala sobre doença que atinge 15% da população mundial
A enxaqueca também conhecida como migrânea é um dos tipos mais comuns de cefaléia. Ela é a sexta maior doença incapacitante no mundo, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) e atinge cerca de 15% da população mundial. No Brasil, 31 milhões de pessoas sofrem com essa condição, sendo a maioria entre os 25 e 45 anos.
Segundo a Dra. Mirella Fazzito, médica neurologista da Clínica Araújo & Fazzito, o problema predomina no sexo feminino, afetando cerca de 3 mulheres para cada homem. É uma doença crônica, ainda sem cura. “No episódio de enxaqueca o paciente pode ter alguns sintomas gerais antes de iniciar o quadro de dor como irritação, alteração de humor, insônia, sonolência, entre outros. Posteriormente, a dor se inicia, podendo ser de forma leve e ir se intensificando ao longo das horas”, comenta a especialista.
Ainda de acordo com a Dra. Mirella, existem diversos tipos de enxaqueca, com aura, sem aura, enxaqueca menstrual, enxaqueca vestibular, entre outras. “Todas são muito incômodas, caracterizadas, geralmente, por dores latejantes, de predomínio unilateral (hemicranianas). O sintoma pode durar até 72 horas, mas é possível minimizar seus efeitos e viver com mais qualidade”, explica.
Sintomas
As dores, tem intensidade variável, mas costumam aparecer de maneira bastante intensa. Elas se caracterizam por serem latejantes e pulsáteis, e costumam atrapalhar o dia do paciente. “A dor é a principal e mais comum manifestação no quadro enxaquecoso, e geralmente, é acompanhada de outros sintomas como náuseas e vômitos, intolerância a som (fonofobia), luzes (fotofobia) e até mesmo cheiros fortes”, comenta a neurologista.
Em cerca de 15 a 20% dos casos, as pessoas podem apresentar alterações na visão como embaçamento, manchas escuras (escotomas) ou pontos luminosos, em zigue-zague, perda visual temporal (na lateral do olho), bem como, formigamentos no corpo e, mais raramente, perda de força. Essas alterações visuais e sensitivas, são chamadas de aura, e na maioria dos casos, precede o início da dor. “Depois da dor, pode ocorrer a ‘ressaca’, quando o corpo está se recuperando da crise. Essa etapa é caracterizada por intolerância a determinados alimentos, dificuldade de concentração, fadiga, mal estar e algumas dores pelo corpo”, pontua.
Como tratar?
No caso da enxaqueca, o principal tratamento é a prevenção. Hábitos saudáveis são importantes para a saúde de uma forma geral e também ajudam nessa situação. “Atividades físicas, alimentação de qualidade e sono reparador já são armas importantes, mas o uso de medicamentos também pode ser necessário”, explica a Dra. Mirella.
É claro que todo medicamento deve ser indicado por um médico. Por isso, é importante procurar um especialista, que analisará cada caso e prescreverá o tratamento adequado.
Enxaqueca e qualidade de vida
Dependendo da crise de enxaqueca e da frequência em que ela ocorre, a qualidade de vida do paciente é bastante afetada, já que a dor é intensa e, na grande maioria dos casos, impossibilita a pessoa de realizar suas atividades. “É por isso que a prevenção é tão importante e, dentro desse acompanhamento, identificar os possíveis gatilhos para o início da crise”, finaliza a médica.